sexta-feira, 28 de junho de 2013

Lidar com a morte

Em algumas situações da minha vida, tive de encarar a morte de frente para puder ajudar alguém que não sabia lidar com ela naquela altura. Ninguém está preparado para lidar com o desaparecimento de alguém, com o sentimento abrupto da saudade ou com o levar a vida para a frente naquela altura, depois de se perder alguém de quem se gosta. Existem pessoas que ficam indiferentes às mortes alheias que acontecem: "É a vida...!", mas é uma atitude que eu não consigo ter porque me dá muito que pensar. Podia ser eu, o R., ou uma das minhas pessoas. Emaranho-me de tal maneira na história que acabo por sofrer quando dou por mim a pensar no "E SE...". As pessoas têm de ponderar o risco que correm. Vale a pena arriscar certas coisas? Não vale, e é por isso que há mortes estupidas, percoces, e que deixam quem cá fica, de mãos abertas e com uma tristeza profunda que nunca vai ser apagada apenar da vida continuar!
Desde que estou em Inglaterra, tornei-me muito mais ponderada. E tornei-me mais ponderada porque há uma maior cumplicidade. No fundo sou só eu e o R., e temos de estar um para o outro. As acções têm de ser ponderadas para não deixar o outro numa má situação.
Infelizmente, o que me fez pensar nisto foi a morte um miudo de 29 anos que deixou cá a mulher, os pais, os irmãos, sobrinhos e amigos num sofrimento atroz por causa duma briga estupida. É estupido e não devia ter acontecido. É estupido e não percebo o objectivo disto ter acontecido. É estupido simplesmente. 

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