segunda-feira, 23 de maio de 2011

Novas Rotinas

Nestes últimos 4 meses em que íamos todos os dias para o hospital ver o pai do R., criou-se uma rotina. Nos primeiros tempos, ia todos os dias à hora do almoço ter com o R. ao escritório em Carnaxide, levava o almoço de casa e almoçávamos pelo caminho. Depois quando mudou de serviço, só podíamos ir à tarde e por isso, comecei a ir ter com o R. de comboio a Caxias onde seguíamos para o hospital. Os arrumadores de carros daquela rua já os conhecíamos a todos: o "Camões" que usa uns óculos escuros só com uma lente e que mal nos via começava a correr, uma senhora que sempre que lhe dava uma moeda, me fazia uma vénia, etc. Entrávamos no hospital e íamos buscar as senhas para pudermos subir - as senhoras já nos conheciam bem (devem estar a achar estranho, ainda não termos aparecido desde 5ª). Subíamos e já todos os auxiliares e enfermeiros nos conheciam. A caminho do quarto, nunca sabíamos como íamos encontrar o tio. Tinha dias em que estava óptimo (como foi o caso da ultima vez que estivemos com ele) e outros dias em que estava com mais falta de ar. Independentemente do estado em que estava, gostava muito de nos ter por ali, de nos sentir por perto, mesmo que fosse em silêncio. Muitas vezes ficámos de lágrimas nos olhos por não sabermos o que esperar e mais vezes ainda sorrimos uns para os outros num gesto de compaixão. ás 3 da manhã de 5ª feira, tudo mudou. Hoje sai do trabalho e não apanhei o mesmo comboio de todos os dias... Vim para casa e parece que o dia nunca mais acaba...

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